Ampulheta, 2018.
Videoarte. 1’ 19’’
“Ampulheta” surgiu a partir de registros pessoais da passagem de tempo através de fotografias de longa exposição, capturando a lentidão da espera e a angústia do ritmo frenético do dia a dia. 
A criação da videoarte foi envolta pela mística e arquétipo de Lilith, considerada a primeira mulher de Adão. Lilith aparece ora como cobra, ora como mulher e ora como desobediência e insatisfação. Os retratos borrados de angústias são ritmados pela batida de uma música quase que ritualística, espectral, que compus em um momento de grande amargura. Tento romper com meu cotidiano automatizado, maquínico, porém o fruto do conhecimento também é uma maldição.
Hoje o vídeo se configura para mim com outros significados. Ainda estou em constante espera: espera pelo fim de tempos pandêmicos, pelo fim da sombra fascista que nos assola, pelo afeto e pelas vidas negadas... Mas Lilith continua a me envolver em sua áurea, como um lembrete para não nos deixarmos adoecer, nem sucumbir às opressões.
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